Filosofia para Crianças

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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Tambores

A Cristina e o Carlos vieram visitar a escolinha da Abelheira. Trouxeram anjos, para encontrar os que já cá estavam,  e tambores xamânicos.
 
Ficou a saber-se que o tambor se chama "tambor", e não gongo ou bongo, e que é feito com madeira e com pele de animais. 
 
A música fez lembrar aos participantes do 2º ano a selva, os índios, a savana, o Brasil...
Muitos animais também surgiram na imaginação que o som lhes proporcionou - chitas, gorilas, hipopótamos, porcos, leões e girafas... A outros elementos não fez lembrar nada.
 
Apesar da agitação na sala, pelo menos por um breve momento valeu a pena usufruir do som e vibrações dos tambores dos nossos convidados.
 





 
Grata a todos pela presença e colaboração.
LSilva

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

«O Paraíso são os Outros» - I




«Este livro surge depois de, no romance intitulado A Desumanização, reflectir acerca da popular expressão de Sartre. Como acontece ali, também esta história seria narrada por uma  menina. A passagem que me trouxe a este resultado diz:

"O Inferno não são os outros, pequena Halla. Eles são o paraíso, porque um homem sozinho é apenas uma animal. A humanidade começa no que te rodeia, e não exactamente em ti. Ser-se pessoa implica a tua mãe, as nossa pessoas, um desconhecido ou a sua expectativa. Sem ninguém  no presente ou no futuro, um indivíduo pensa tão sem razão quanto pensam os peixes. Dura pelo engenho que tiver e perece como um atributo indiferenciado do planeta. Perece como uma coisa qualquer."»

Valter Hugo Mãe, nota do autor em O Paraíso são os Outros. Porto Ed.



Javier Sobrino, Um Segredo do Bosque, OQO Ed.
Depois de Um Segredo do Bosque, onde o amor por vezes é visto como um problema, esta obra de Valter Hugo Mãe pareceu-me um bom caminho.

Ainda mais porque uma das ideias fortes da última sessão de Filosofia para Crianças com o 4º e 3º anos (defendida com afinco pela A., 3º ano) foi a de que, apesar de todas as dores de barriga, falta de palavras, vergonha e ficarmos paralisados e especados, vale a pena estar apaixonado!! «Vale mesmo a pena amar até se o outro não nos liga!» (A.)

Procurando explorar uma das mensagens em Sarte  que Valter Hugo Mãe cita: 
Um indivíduo, sozinho, é uma pessoa?

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

«Um Segredo do Bosque»

«Num bosque do Norte, num dia de primavera, um esquilo fez um amigo novo, com quem partilhou algumas das suas nozes. O amigo partiu sabe-se lá para onde, mas ficou para sempre no coração do Esquilo, que doravante ficava com os olhos nublados e sentia cócegas no nariz (entre outros sintomas…) de cada vez que pensava nele. Sem perceber o que se passava consigo, falou com amigos como o Raposo e o Urso que o ajudaram a perceber que sentia algo de especial por aquele amigo... » in http://www.catalivros.org
Um Segredo do Bosque
Javier Sobrino (texto), Elena Odriozola (ilustração), OQO (editora)



Esta é a sinopse da história que abriu a nossa sessão de Filosofia para Crianças, com o 2º ano. O amor tão imprevisto quanto insuspeito do bosque levou-nos a pensar sobre:
* Como sabemos que estamos apaixonados?
* Como ficamos quando estamos apaixonados?
Porquê?
* Qual a melhor maneira de dizer à pessoa por quem estamos apaixonados o que sentimos?

Sabemos que estamos apaixonados quando só pensamos na pessoa; estamos sempre a ver a pessoa; ficamos corados; ficamos nervosos, esclarece o grupo.

À parte dos conselhos de «urso grande» e «lobíssimo do lobo», os participantes não estavam fracos de ideias para dizer a alguém que se está apaixonado: Olhos nos olhos; em público; só os dois e dizer tudo o que sentimos; com uma canção; numa carta; marcar um encontro; ir jantar; ir dançar...




E quanto a amores improváveis e a palpites alheios, talvez esta história ainda nos tenha algo mais a proporcionar! Ora espreitem:

 

Imagens e sinopse in http://www.catalivros.org



Grata a todos pela sessão.
LSilva

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Preferia pegar numa rã ou ser beijado por um macaco?

Inspirada por Jason Buckley a sessão do 2ºA foi de escolhas. Difíceis por vezes...

O que preferes:
- Ser perseguido por um leão ou que uma cobra deslize por ti?

- Pegar numa rã ou ser beijado por um macaco?

- Comer um caracol ou comer um ratinho?

- Ver televisão com um assassino ou correr com um tigre?

- Entrar num aquário com uma enguia eléctrica ou ser picado por um mosquito?

A comunidade de investigação foi escolhendo, mais ou menos facilmente, entre os dois pólos propostos.
Houve quem mudasse de ideias - de facto se a cobra for venenosa, é melhor ser perseguido por um leão. Pode ser que não nos apanhe... (D.)

Para quem adora macacos, a segunda opção nada teve de custosa, apenas direito a algumas reservas - o macaco narigudo não!!! E este aqui dos dentes, da família do Mandril, também não!! (O D. entretanto deu um saltinho à biblioteca para nos mostrar um livro sobre macacos.) Pesou também o facto de algumas rãs, cor-de-laranja com umas pintinhas [serem] venenosas, por isso, prefiro ser beijado por um macaco.

Outros colegas, já na terceira opção, decidiram-se por comer um ratinho, porque tem carne e porque no Japão também se come e eles gostam. (T. e S.)

Ver televisão com um assassino é que NEM PENSAR! Além disso, se nos corportarmos com calma e se dermos comida ao tigre ele, apesar de feroz (S.), não nos fará mal. (D.)

A última foi fácil: ser picado por um mosquito, claro! (porque aqui nesta sala ninguém é alérgico!)

- A professora é um monstro, só põe coisas más!!
(sorrisos)
Bem, foi vez de deixar coisas assustadoras de lado:
Mousse de Chocolate ou Baba de Camelo?

As opiniões divergiram mas sem dificuldades de escolha pois de facto uns gostavam mesmo mais de uma sobremesa do que doutra.
- São capazes de me dar uma opção que seja mesmo difícil de escolher?
- «MacDonald's ou Mousse de Chocolate?» Aí é que era mesmo muito difícil para mim escolher: adoro os dois! (D.)
- Percebo... Agora são vocês a dar as opções. Já sabem qual é regra que têm de seguir?
- Sim, têm de ser os dois muito maus, ou muito bons! (T.)

Eis os resultados:
* Ir à escola ou comer um leão?
* Fazer o TPC ou ter óculos minúsculos?
* Ter esquilos ou ter filhos?
(- Porquê este par de coisas, S.?
- Porque gosto muito dos dois!)
* Ser comido por um leão ou por um gorila?
* Comer baba de camelo ou comer o cão?
* Comer um livro ou beber coca-cola? (-Oh, este não dá muito bem, claro que toda a gente prefere beber coca-cola... (S.)
* Ter Invizimals no quintal ou ter o Super-Mário no quintal?
* Ser uma menina ou usar óculos? - a S. fez uma cara esquisita como que não percebendo a disjunção: - Mas...Eu sou os dois!...

Sim, parece que isto dos dilemas tem mais que se lhe diga... E talvez as disjunções exclusivas surjam numa das próximas sessões de Filosofia para Crianças.



Grata pela sessão,
LSilva




sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Cartões Virtuosos

Hoje o 2º A experimentou um exercício que permite a consciencialização da coerência (ou ausência dela) entre o pensamento e a acção de si próprio.
 
Tal consistiu muito simplesmente em:
 
1. Tirar uma cartão aleatoriamente;
 
2. Enunciar uma situação quotidiana que mostre que somos honestos, alegres, generosos...
 
3. Por vezes os outros elementos do grupo são capazes de relatar situações de que o próprio já não se lembrava ou não tinha considerado.
 
(Bem como, estou certa, se lembrariam de situações que contradizem essa mesma honestidade, alegria ou generosidade! Propositadamente elaborei apenas cartões virtuosos ou positivos. Todos somos... ;) )
 

LSilva

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Uma Nova Comunidade de Investigação

Hoje o grupo do 4º ano abriu portas ao grupo do 3º ano.
Pareceu-nos adequado alterar a planta da sala por precisarmos de uma plataforma comum para a sessão: montámos um mesão à volta do qual se sentaram vinte meninos e meninas!

O 4º ano ciceroneou de uma forma excelente o novo grupo explicando-lhes o que se faz numa sessão de Filosofia para Crianças; com que regras deve funcionar e que tipo de actividades fazemos e que assuntos abordamos.
 
«Discutimos sobre assuntos», «é por isso que estamos em círculo, para nos vermos uns aos outros.» «Isso é importante porque temos que ouvir os outros.»(G.) Ou melhor, «escutar, que é ouvir e a ideia ficar cá [dedo apontando a cabeça].» (R.) 
«Vemos a lógica das coisas» (D.), «chegamos a conclusões, mas às vezes são diferentes do que pensávamos.» (R.)
 
Temos que por o dedo no ar para falar, devemos deixar o outro acabar de falar, temos de respeitar a opinião do outro. «Podemos dizer que não concordamos com ele mas temos de deixá-lo ter a sua opinião.» (R.) Também «temos de deixar a pessoa falar até ao fim, para ela acabar a sua ideia.» (L.)
 
Já falámos nestas sessões da diferença entre homem e máquina; entre homem e animal. Já criámos máquinas e apresentámos o nosso projecto, já fizemos teatro, para comparar dois finais diferentes: um violento e outro pacífico. Já aprendemos a ver a diferença entre uma coisa e uma imagem dessa coisa. Ah! E já fizemos impressões digitais e dissemos quem somos. (grupo)
 
Terminámos a sessão com uma Bola de Elogios - quem passa a bola tem de dizer um elogio sobre si próprio e, talvez na próxima sessão façamos variar esta direcção. Quem passa a bola tem de dar um elogio ao destinatário. O que se revelará mais difícil: falar bem de si próprio? Elogiar o outro? Ou é simplesmente fácil o louvor? E se fosse em privado, dificultaria ou facilitaria o gabar sincero?
 
 
Grata pela sessão, pelo brio de todos!
LSilva